Quando paramos para analisar a importância da relação imagem-História, normalmente nos atentamos apenas para a fotografia. No entanto, como podemos pensar a imagem nos dias nos quais a fotografia ainda não existia ou era algo muito caro e escasso? Pois bem, assim como a fotografia, a pintura também é uma excelente ferramenta que nos remete ao passado de uma forma bem interessante.
Analisando, por exemplo, a pintura bem conhecida acima ("Independência ou Morte" [também conhecido como "O Grito do Ipiranga", de Pedro Américo - 1888), podemos e devemos analisar uma série de questões que às vezes acaba passando em branco. Diferente da fotografia, o pintor pode fazer exatamente tudo o que quiser - ou melhor, nesse caso, o que foi mandado fazer - com a sua representação de um fato. Assim, pode incluir personagens que não existiram e excluir outros, colocá-los as vestimentas que achar mais adequado, alterar a cenário, criar heróis, etc. Ou seja, o pintor pode manipular os acontecimentos para que eles passam a representar os anseios de determinada classe ou pessoa.
No caso mais específico do quadro acima, ao olharmos para ele temos a impressão que o processo de independência do Brasil foi uma processo fácil, sem revoltas, no qual os Brasileiros se sentiram parte do movimento, todos contentes e cheios de amor à pátria e no qual D. Pedro I nos aparece como o verdadeiro herói e salvador da nação. Entretanto, sabemos muito bem que o processo não se deu exatamente assim. De uma forma sucinta, sabemos que só a capital do Brasil, Rio de Janeiro, participava das decisões tomadas e que no norte e o nordeste, por exemplo, houveram várias revoltas e recusas à essa adesão representada de forma tão singela.
Analisando, por exemplo, a pintura bem conhecida acima ("Independência ou Morte" [também conhecido como "O Grito do Ipiranga", de Pedro Américo - 1888), podemos e devemos analisar uma série de questões que às vezes acaba passando em branco. Diferente da fotografia, o pintor pode fazer exatamente tudo o que quiser - ou melhor, nesse caso, o que foi mandado fazer - com a sua representação de um fato. Assim, pode incluir personagens que não existiram e excluir outros, colocá-los as vestimentas que achar mais adequado, alterar a cenário, criar heróis, etc. Ou seja, o pintor pode manipular os acontecimentos para que eles passam a representar os anseios de determinada classe ou pessoa.
No caso mais específico do quadro acima, ao olharmos para ele temos a impressão que o processo de independência do Brasil foi uma processo fácil, sem revoltas, no qual os Brasileiros se sentiram parte do movimento, todos contentes e cheios de amor à pátria e no qual D. Pedro I nos aparece como o verdadeiro herói e salvador da nação. Entretanto, sabemos muito bem que o processo não se deu exatamente assim. De uma forma sucinta, sabemos que só a capital do Brasil, Rio de Janeiro, participava das decisões tomadas e que no norte e o nordeste, por exemplo, houveram várias revoltas e recusas à essa adesão representada de forma tão singela.
Todavia, embora saibamos que esses quadros estão repletos de manipulações, eles continuam sendo um indispensável documento para podermos compreender melhor a História, pois, através deles, podemos ter uma visão crítica e nos perguntar perguntas essenciais como "por que ele foi pintado?", "quem pintou ele?", "a mando de quem esse quadro foi pintado?", "em que contexto ele foi pintado?", etc. Dessa forma, portanto, poderemos chegar mais perto de compreender processos que aconteceu a tanto tempo e que até hoje nos são repassados sem a menor criticidade, como se fosse um evento heroico no qual todos os brasileiros aderiram consentidamente.
No caso específico da imagem acima, por exemplo, podemos responder a essas perguntas de tal forma: o quadro foi pintado por Pedro Américo que, além de pintor, foi também historiador, filósofo, escritor, romancista e poeta; foi pintado a pedido da família real, que investia na construção do Museu do Ipiranga (atual Museu Paulista), com o intuito de ressaltar a monarquia; além disso, o quadro foi pintado em 1888, em Florença, na Itália (66 anos após a independência ser proclamada). Ou seja, como podemos ver, ao respondermos a essas perguntas, podemos entender claramente os motivos pelo qual o quadro foi pintado assim e não de outra forma.
Fonte das imagens, respectivamente: inf.ufpr.br e krishnathor.blogspot.com.br
1. Até agora só vi a postagem da Joanne...
ResponderExcluir2. Joanne - a proposta de discussão do quadro é totalmente condizente com o que vocês se propõe a fazer, ok. Agora, veja, como leitor, eu realmente gostaria de ver respondidas as próprias perguntas que você mesma elencou, entende? O texto estabelece o questionamento, mas não o responde!